Dúvida comum para quase todo mundo: como faço para encontrar meu par ideal, ou seja, a minha alma gêmea, que poderá me acompanhar pelo resto da vida, se tudo der certo?
Na verdade, o que um homem ou uma mulher buscam para o seu “par perfeito” varia muito.
Em primeiro lugar, é claro que isso irá depender do que cada um tem como prioridade para si. Fora, claro, suas preferências pessoais.
Isso conta muito, principalmente quando estamos pensando em formar casais que irão conviver, para sempre.
A princípio é bom que ambos tenham valores, princípios e objetivos semelhantes. Caso contrário, eventualmente, em algum momento da vida do casal, isso poderá trazer problemas.
Estilos de vida que são conflitantes demais podem trazer danos irreversíveis com o passar do tempo.
Mesmo que, no início do relacionamento, o casal acredite que pode superar as diferenças por estarem envolvidos.
Apesar da atração física entre homem e mulher ser um ponto forte no começo, e possa, temporariamente, fazer com que essas diferenças pareçam “fofas”, depois, ao longo dos anos, a paixão e a atração física mútua acabam.
A “fofura” vai embora e dá lugar às diferenças marcantes que acabam surgindo como os principais obstáculos à harmonia conjugal.
Contudo, há algumas dicas gerais que podem ser aplicadas a homens e mulheres.
O casamento entre judeus
O ponto central desta questão é muito simples: o casamento nada mais é do que a união de duas almas.
Contudo, somente é possível essa união verdadeira e duradoura, com duas pessoas que são compatíveis.
O matrimônio, em seu sentido mais profundo, é sobre dois seres humanos que se encontram, sob a vontade Divina, com o objetivo de cumprir uma missão sagrada.
Da mesma forma, é importante que durante o casamento, o casal assuma mitsvot adicionais e refinem-se um pouco mais por meio delas.
Isso pode ser feito de vários modos: seja recitando mais capítulos de tehilim (salmos), praticando chéssed (bondade) com alguém, colocando tefilin ou mesmo acendendo as velas de Shabat e Yom Tov.
Nestas datas, o casal também pode receber convidados, no almoço e no jantar destes dias festivos, trazendo um pouco mais de alegria e conforto para essas pessoas.
A importância da gentileza ao escolher o seu par
Sem dúvida, uma das dicas para encontrar seu par reside em seus gestos de gentileza.
Para isso, por exemplo, basta ver como seu pretendente trata os garçons ou funcionários de um restaurante.
Se a pessoa é muito boa ao falar com você, mas é deselegante ou mal-educado com o garçom, isso não é um bom sinal: retome sua busca por alguém que realmente valha a pena!
Cabe reforçar também que esta seleção tem que ter como base quem a pessoa é naquele momento de união.
Não adianta nada projetarmos em nosso futuro marido ou esposa aquilo que ele (a) não é ou pensar em transformá-lo (a) naquilo que a gente acha que eles podem ser no futuro.
O casal deve, acima de tudo, respeitar suas individualidades. Ninguém deve mudar suas características, sua personalidade, só para agradar o seu par, anulando-se.
Sendo assim, agindo dessa forma, o seu casamento, provavelmente, irá durar bem mais tempo após a atração e a empolgação do início do relacionamento tiverem passado.
Depois da paixão inicial, o que mantém um matrimônio vivo são os interesses compartilhados pelo casal e, mais ainda, seus valores compartilhados.
É por isso que, antes de começar um shiduch, é o momento certo para ponderar a respeito de suas próprias prioridades.
Vários pontos são importantes: vocês desejam ter um lar judaico? Isso é prioritário? Querem ter filhos? Eles serão criados dentro do judaísmo? Qual será o nível de religiosidade do casal? Esse pensamento é comum aos dois, ou seja, ambos são compatíveis neste aspecto?
Vale recordar: um lar judaico é o chamado “edifício eterno”. O marido e a esposa são os arquitetos desta estrutura magnífica.
É essencial que os parceiros neste projeto estejam de acordo com as dimensões e objetivos principais desta construção.
Família amorosa é um bom indício de sucesso
Um casal não pode ser formado com base em seu passado familiar. Mesmo tendo como apoio uma família boa ou uma considerada como “desestabilizada”.
Sendo um extremo ou outro, nada é garantia de sucesso ou fracasso em um futuro relacionamento.
Assim, nenhum candidato (a) a shiduch deve ser aceito ou desprezado somente por conta do seu passado familiar.
Há diversos casos em que pessoas maravilhosas acabaram saindo “ilesas” de famílias classificadas como “problemáticas”.
E, pelo contrário, existem pessoas que são ofensivas, até mesmo com sua esposa ou com seu marido, mas que, na infância, tiveram pais amorosos, calorosos, ou seja, uma família bem estruturada.
Porém, no final das contas, em nada influenciaram para o bom desenvolvimento delas na fase adulta.
Mas, claro, é muito mais agradável sabermos que a família do nosso pretendente é amorosa do que familiares que têm problemas.
É provável que uma criança que foi criada em um lar harmonioso e amoroso, com pais que se respeitavam, um ao outro, e seus filhos, estabelecerá, quando adulta, uma família que poderá prosseguir pelo mesmo caminho.
Do mesmo modo, não se pode descartar um provável shiduch por conta da aparência física ou mesmo da profissão da pessoa.
Também não se aconselha ficar esperando sentada o seu príncipe encantado.
Acontece muito de as pessoas ficarem escolhendo demais o seu par e não dão chance de conhecer alguém que pode se tornar seu futuro cônjuge. Por isso que alguns permanecem solteiros.
É claro que certas qualidades são muito importantes, porém ambos os lados devem estar dispostos a fazer concessões, principalmente, em relação às preferências que não são essenciais.
Há exemplos de qualidades que são “negociáveis”. Entre eles estão a aparência, opção de carreira, ponto de vista político, entre outros.
Ninguém é perfeito!
Com alguma frequência, ocorre das pessoas se surpreenderem, ao descobrirem que podem sim se sentirem atraídas e amarem alguém que não se encaixa exatamente em seu perfil idealizado anteriormente, de um “par perfeito”.
Vale sempre lembrar que: ninguém é perfeito!
Alguém que atende aos critérios principais e a grande maioria de suas preferências secundárias é uma pessoa que deve ser considerada seriamente para um futuro par.
Um ser humano pode até ser perfeito na teoria, gentil, doce, íntegro.
Contudo, se falta um bom diálogo entre o casal, então essa pessoa não é a recomendada para você.
Eventualmente, pode levar um certo tempo para que a química do casal apareça. Contudo, caso a pessoa seja, de algum modo, compatível com você, não desista de forma rápida.
É possível que depois de alguns encontros acabe ocorrendo a chamada faísca, que leve a uma atração mútua.
Porém, se não houver isso, é sinal de que se deve seguir em frente com sua procura.
Da mesma forma, isso não quer dizer que o amor profundo seja um pré-requisito para obter a sua decisão.
Significa, somente, que os dois devem gostar de estar na companhia um do outro. Há de se ter entusiasmo com a perspectiva de compartilhar um diálogo.
O amor verdadeiro pode e vai se fortalecer após o casamento.
Questões haláchicas que devem ser consideradas
Há algumas questões “técnicas” de acordo com as leis judaicas (Halacha), que devem ser consideradas ao se escolher o seu par.
A principal delas diz respeito a proibição dos Cohanim de se casarem com determinadas mulheres, ou seja, há algumas restrições.
Um Cohen, por exemplo, não pode se casar com uma mulher divorciada.
Do mesmo modo, de forma geral, se há interesse de algum Israeli se casar com uma mulher separada, é necessário que ela tenha recebido um get válido (carta de divórcio judaica) de seu casamento anterior.
Consulte o seu rabino se você tem alguma dúvida a respeito desse tema e tenha sucesso em sua busca! Mazal tov!